Mais uma vez, Adriano falta ao treino no Flamengo. Segundo informações da Polícia Militar do Rio de Janeiro, o atleta foi visto na comunidade da Vila Cruzeiro - onde viveu por muitos anos - organizando um churrasco e cercado de cervejas e cachaças. Teria, inclusive, atropelado um motociclista quando deixava o local.
Para provar que nosso blog é de literatura e cultura, vamos fazer um passeio, começando pela história até chegarmos à literatura.
O imperador romano (não o brasileiro), Adriano, era meio doidaço e, depois de muitas vitórias, queria ser considerado um deus. No final, depois de muitos porres de vinho (já havia cerveja, mas o gelo ainda era escasso porque o filme A Era do Gelo nem tinha sido lançado).
O herói grego, Aquiles, só tinha um ponto fraco: o calcanhar, pois, de acordo com a lenda, quando nasceu, sua mãe o pegou pelo calcanhar e o mergulhou de cabeça no mar para que fosse abençoado pelos deuses e se tornasse imortal. Naturalmente, como o calcanhar ficou de fora, esse se tornou seu único ponto fraco.
Augusto dos Anjos, considerado um dos maiores poetas brasileiros da "melancolia", filho de donos de engenho, grandes produtores de cachaça, mas que só apreciava os bons vinhos do Porto, escreveu: "Um urubu pousou na minha sorte".
Vamos, então, às coincidências ou ao destino, como queiram:
Adriano já foi considerado o "imperador" quando jogou na Itália, mas sempre foi doidaço; adora cerveja; operou o calcanhar, mas nunca se recuperou por completo; e sempre teve o sonho de jogar no Engenhão pra poder beber sem parar de treinar;
Hoje, no Flamengo, treina no Ninho do Urubu, e, como Augusto dos Anjos, parece que um urubu continua pousando em sua sorte e na do Flamengo. Por sorte, o gavião corintiano acabou espantando esse urubu, antes que ele pudesse pousar sobre o Itaquerão.
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